Coletivo Ana Montenegro

quinta-feira, 13 de março de 2014

Nota de repúdio à atitude preconceituosa do Estado de São Paulo e em solidariedade à Professora Bruna!



O Coletivo Ana Montenegro - São José do Rio Preto vem repudiar a atitude preconceituosa do Estado de São Paulo, na figura da Secretaria de Educação e do Departamento de Perícias Médicas do Estado que reprovou discriminativamente a professora Bruna Giorjiani. 

Bruna é do Coletivo e uma grande profissional. Atua na escola pública há sete anos, além de lecionar em duas faculdades da cidade. Nunca teve uma falta por atestado médico e é muito querida nas escolas que trabalha.


O critério do Estado foi usar o IMC e constatar com base em uma tabela (que é questionável) que ela possui "Obesidade Mórbida" e pode, portanto, vir a desenvolver uma doença (uma hipótese não compartilhada dos próprios resultados de seus exames que estavam TODOS em ordem). A própria OMS considera que o Índice de Massa Corporal é uma recomendação, não sendo portanto critério cientificamente provado de determinação de doenças ou mesmo de obesidade. 

Bruna foi considerada inapta por puro preconceito físico! Um preconceito que atinge todos, mas em especial a TODAS NÓS mulheres ao nos obrigar a seguir um padrão de beleza que nos humilha por nossa cor, nosso corpo, nossos cabelos, nossos olhos, nossos peitos e nossas bundas! Um padrão que nos condena a comer com culpa e fazer atividades agressivas ao nosso corpo. Um padrão que nos coloca no mercado como carne a ser vendida por partes!! Um padrão eurocêntrico, branco e magérrimo! Não somos e não queremos ser padrão!! Somos mulheres!! Não podem nos medir!

Bruna não está sozinha! Há outras professoras que estão passando por essa mesma situação vexatória e desnecessária! E não está sozinha porque essa é uma luta que envolve todxs nós que acreditamos em uma educação pública e de qualidade e que não admitimos esse autoritarismo do Estado de São Paulo!

Força camarada!! Essa luta não pode parar!!!



Vale ressaltar que não é somente a Bruna que está passando por essa situação. 

Após a repercussão deste caso, outras professoras que foram consideradas inaptas para assumir o cargo de professora efetiva do Estado de São Paulo começam a aparecer, lutando por seus direitos.

É inadmissível que professoras e professores obesos sejam discriminados e descartados de tal forma. O irônico em tudo isso é que para contratação temporária e extremamente precária o Estado se omite e não há problema algum em relação aos contratados. 

Pela imediata contratação da Professora Bruna e de todas que estejam passando pela mesma situação!

Coletivo Ana Montenegro.


2 comentários:

  1. E alguém ainda tem dúvida quanto à ditadura da forma física? Também sou mulher, professora e "gordinha". É assim que costumam me chamar quando querem ser 'delicados': "gordinha", "fofinha", "roliça"... E toda vez que tentei me candidatar a um cargo de secretária em uma empresa, sempre via o empregador torcendo o nariz quando me via pessoalmente. E a televisão adora falar dos malefícios do excesso de peso e blábláblá, tudo isso para vender programas que vendem cosméticos, e alimentos fabricados, e aparelhos de ginástica, e dietas milagrosas. Quando nós mulheres nos libertaremos dessa ditadura e poderemos aceitar nossos corpos como eles são?

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